sexta-feira, 28 de junho de 2013

GRES UNIDOS DO JACAREZINHO (RIO DE JANEIRO/RJ)

SINOPSE ENREDO 2014
“Partindo da consciência de ser negro, o que implica em assumir seu destino, sua história, sua cultura,
a negritude é um mero reconhecimento desse fato...
Existe, não obstante, uma solidariedade maior entre os homens de raça negra;
não em função de sua cor, mas sim por uma comunhão de cultura, história e temperamento”.
(AiméCesaire)

AFRICANIDADES
(Os caminhos da arte de tez negra)
Sagrado é seu chão, senhora da ancestralidade.
Detentora mítica da gênese humana e da arte brotada em sua terra.
A luz dourada do seu sol, contorna a silhueta da sua tez negra.
Na noite reluz o brilho natural e sedutor dessa pele, onde refletem as estrelas.
Do seu passado, emergiu a força das tribos de guerreiros majestosos.
Na madeira, fibra, osso, pedra e metal, reflete esculpida sua visceral e rica cultura.
Encantadas são suas máscaras de forças misteriosas e poderosas, que cultuam seus ritos litúrgicos.
Na profusão cromática das suas estampas gráficas, contrasta a natural beleza de ébano, enrolada em torsos e túnicas de formas magníficas.
A você foi concedida a divina inspiração de cantos e danças soberanos.
Lançados ao mar abissal, seus negros filhos em tumbeiros, além da saudade, levaram seu legado e o tatuaram pelo mundo.
Diva de manto negro na ribalta, sua pele é estrela única no firmamento de espaços artísticos sagrados.
Na pele da escrava Aída, no desencanto de Sélica lançando-se ao mar, ou no desespero de Otelo, o amor sempre lhe isentou da razão.
Em películas, nas telas foi o anti-herói Macunaíma, a louca Satã, a atrevida Chica e o malandro Orfeu.
Celeiro de arte que viria embalar o universo, fez ecoar pelo Brasil, sons e ritmos de todos os cantos de seu continente.
Nossos olhos fascinados, vibram com a herança vinda de sua gente!
Asè Bahia de todos os Santos, que dos batuques primitivos, produz a música que balança seu povo, entrelaça suas pernas na capoeira, e ginga belos copos pintados na Timbalada.
Asè ao maracatu dos Reis Congos coroados e consagrados pela Senhora do Rosário.

Asè à Pequena África, que lhe acolheu, quando libertos.
Libertos, subiram os morros, criando identidade cultural.
Hoje, comunidade de genuínos ritmos: do mítico samba, do pagode, do charm e do funk.
Mística é a alteza de sua arte, sortilégio que nos seduz.
Sua natural boemia, nas casas das Tias ou em bares com Malandros as escondidas, foi corajosa ao levar seu canto em cortejo para as ruas.
Nobre pele que brilha sua magnitude na grande ópera popular, em mágicas noites de cantos fortes, ladeados de êxtases de pura alegria.
Uma constelação de estrelas negras cintila no infinito e cria um céu jamais visto.
Ele é lindo,
Ele é belo,
Ele é negro.

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