sexta-feira, 19 de setembro de 2014

GRES BALAKU BLAKU (MANAUS/AM)

GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA BALAKU BLAKU
CARNAVAL 2015
ENREDO: “CHOCOLATE: O sabor da sedução, vai além da imaginação.”
AUTORIA DO ENREDO: BETINHO FILHO E LUIS BUTTI

SETORIZAÇÃO:
1 - Surgimento e Expansão pelo Mundo: A descoberta da delicia.
2 - As Primeiras Simbologias - Páscoa: Religiões, Culturas e Costumes.
3 - A delícia se multiplica e torna-se alimento para a vida: O Chocolate agora é Pop, Tudo se foca no sabor da sedução. 
4 - Materializando Sonhos: Da Mídia a Economia, o Ícone da Alimentação traz a Energia do meu Carnaval.
SINOPSE
Primeiro Setor: Surgimento e Expansão pelo Mundo: A descoberta da delicia.
O Theobroma Cacao balança e nos dá o tom da doce história. Para alguns, apenas uma planta nativa de cultivo em Regiões Tropicais pelas Américas. Para outros, a origem da bebida dos deuses. Trata-se do Cacaueiro, cultivado em civilizações maias resultando numa bebida ímpar que, para muitos era afrodisíaca e combatia o cansaço físico.
O que era afinal tal bebida fermentada, doce e de tonalidade marrom escura que os latinos consumiam?
Era o tal xocoatl, encontrado em recipientes de Puerto Escondido, no Departamento de Cortés em Honduras. De lá, seguia para a Guatemala (para fins cerimoniais), para o México (festividades de civilizações Astecas) e para a Era Pré-Colombiana, na Mesoamérica.
Posteriormente, Cristóvão Colombo, ao abordar algumas canoas maias em sua epopeia pelas Américas, vê que, além de tecidos, armas e utensílios de cobre, a civilização em questão, descobre a utilização do cacau.
Dali, o Cacau seguia para a Europa pelas mãos de Hernán Cortés ao conquistar o Império Asteca e retornar a Espanha.
A aristocracia via o tal alimento com grande apreço e tratava como segredo de estado. Da Espanha, também seguiu para a França e para a Itália. Séculos depois, os holandeses, através do contrabando via Caribe e demais colônias holandesas, enviavam o valioso alimento para sua terra. Em seguida, era a vez da Inglaterra popularizar a tal bebida entre a nobreza em chocolatarias.
Neste período, também passa a ser utilizado em forma de doces, e não só como bebida. Enquanto isso, no Brasil, portugueses no Pará, exportavam a delícia para a Alemanha e para seu próprio país.
Não se sabe ao certo qual civilização ou povo iniciou o cultivo e o preparo de tal delícia, mas é fato que o chamado xocoatl valia muito dinheiro e Reis, Imperadores e Deuses frequentemente ingeriam tal bebida nas Américas.
Assim, a antiga delícia denominada xocoatl se expandia mundo afora e ganhava um nome um pouco mais pronunciável: CHOCOLATE.
Segundo Setor: As Primeiras Simbologias - Páscoa: Religiões, Culturas e Costumes.
A tradição do Ovo existe muito antes de Cristo nascer. Se celebrava, com ovos de galinha, a chegada da Primavera e o florescimento da Natureza. As pessoas decoravam ovos para celebrar a colheita e a esperança de fertilidade naquele período. Agricultores diziam dar sorte.
Muito tempo passou, e graças aos costumes da Tradição Pagã, o ovo, que passa a ser exatamente de chocolate, volta a tradição Pascoal pela Europa.
E, junto ao ovo, o Chocolate vira símbolo da Ressurreição de Jesus Cristo, através da Páscoa. Viam na figura do Ovo (que até então, era um simples ovo de galinha pintado) o símbolo de vida.
Assim, na Semana Santa, o ato de se decorar ovos e festejar o renascimento de Cristo entre os católicos, ganha aroma e sabor de chocolate.
O curioso é que cada nação possuía suas cores e significados. Da Rússia até a Grécia, o costume era pintar os ovos de Vermelho, enquanto na Alemanha, sua cor predominante era o Verde. Na Bulgária, uma tradição um pouco diferente: Em vez de esconder os ovos, lutar com os mesmos. O ovo mais bem-sucedido nas batalhas campais era significado da pessoa mais bem-sucedida da família até as próximas Páscoas.
O tempo passou, e a Páscoa ganhava ares de Romantismo. Eduardo I de Inglaterra enviava ovos de ouro aos súditos favoritos, enquanto Luís XIV de França enviava-os pintados e decorados. Posteriormente, os ovos ganhavam surpresas dentro deles, tradição que persiste até os dias atuais, obviamente acompanhando a modernidade da indústria e respeitando a cultura de cada país.
Assim, a Páscoa ganhava vida, cor, aroma e sabor. Ao lado do Bacalhau, do Pão, do Coelho, do Domingo de Ramos, da Vela, da Uva e de demais ícones religiosos, o chocolate se torna símbolo da vida, figurando em tradições por décadas e décadas.
É doce ver cada criança mexendo seu Ovo de Páscoa pra tentar descobrir se dentro dele é chocolate, é brinquedo ou ambos.
Terceiro Setor: A delícia se multiplica e torna-se alimento para a vida: O Chocolate agora é Pop, Tudo se foca no sabor da sedução.
Misturar o Leite de Vaca com Farinha de Trigo gerando um alimento salvador para crianças que morriam de desnutrição por intolerância a leite materno: Estava pronto o primeiro cartão de visitas de um farmacêutico suíço, que muito pesquisou tal mistura.
A partir daquele momento, o nosso delicioso Chocolate torna-se carro-chefe de mais de 500 produtos que surgiam no mercado de consumo. Seja em barra, em pó, recheado, em sorvetes, em confeitos, cafés ou líquidos, espalhado por diferentes produtos, alimentava crianças, adultos e idosos, amarrando uma história que se confunde com a vida de cada um que viveu estes momentos, ou seja, o lema era: Misturar gera vida e faz a delícia se multiplicar em dezenas, centenas, milhares. Talvez, futuramente, milhões.
O Chocolate vira Pop e se mistura, o passado, presente e futuro viajando pelo tempo através de elementos. Nos tempos das lambretas, brilhantinas e discotecas, uma delícia dá o tom da rebeldia em hamburguerias americanas. Para acompanhar os lanches, sempre havia nas mesas e bandejas das graciosas garçonetes um suntuoso Milk-Shake de chocolate. O som do Rock Americano de Elvis Presley e cia enquanto no Brasil, Cely Campelo arrasava corações com seu “Estúpido Cupido”
Cupido, que por sinal apaixonava as menininhas usando chocolate. Instrumento frequente de conquista amorosa dos garotos e sempre acompanhado a flores e bichos de pelúcia, o chocolate era o mais popular entre o meio do século XX.
No Rádio Nacional, o sucesso que embalava a geração eram exatamente dois rapazes que tinham muito orgulho de ter a pele com a maravilhosa cor de chocolate: Tim Maia e Wilson Simonal. Enquanto um pedia Chocolate sem parar, o outro adoçava o som.
Mamãe havia passado muito açúcar nele, porque não havia talco. Era o som doce da MPB. Pras crianças, quem dava o gostinho era o Trem da Alegria. Queria te mostrar que é de Chocolate, e de Chocolate o amor era feito.
Na Telinha, o chocolate vira novela e combinações inusitadas. Um Chocolate com Pimenta ardia a relação na TV, vista e feita por milhões de Cacaus, Marrons, Chocôs e Bombons. Inúmeros apelidos surgiam inspirados no chocolate. Seja por sua forma, cor, aroma ou sabor. Na telona, o Chocolate era uma enorme fábrica que aguçava os sentidos e a água na boca dos chocólatras. O vício pela delícia ganha nome e adeptos. Sem falar no Festival de Cinema de Gramado-RS, polo chocólatra, no sul do Brasil.
O Chocolate também cai na boca do povo. Não literalmente, mas linguisticamente. Quem nunca sonhou dar um chocolate em seu rival? Ou colocá-lo na cabeça, pra deixar a intimidade mais romântica ou ficar mais saudável. Não como Cármen Miranda, mas em forma de shampoos, sabonetes líquidos ou perfumes. Tudo era válido chocolatramente falando.
Na indústria, o improvável pode virar chocolate. Desde um singelo coração até uma... Uma... MONA LISA. Isso mesmo, uma réplica do famoso quadro da Mona Lisa do pintor Leonardo da Vinci, feito com chocolate foi realizada no ano de 2007, e ainda, um automóvel completo produzido com chocolate, inclusive o interior do carro? Sim! Ele foi modelado em chocolate para um evento. E este não foi o único. Há também um carro de fórmula 1 e outro de nascar feitos com chocolate, todos em tamanho real. Tudo podia ser uma extensão da delícia. Cortéz, séculos atrás, jamais imaginaria a popularização da tal mistura.
Quarto Setor: Materializando Sonhos: Da Mídia a Economia, o Ícone da Alimentação traz a Energia do meu Carnaval.
O chocolate enfim, se popularizava entre diversas classes sociais, credos, raças, cores e sexo. Natural que a indústria caminhasse junto, em seus diversos aspectos. Desde pequenininho, você podia escolher qual rumo tomar. Eram mil maneiras de preparar para a vida, com uma energia que dá gosto. Qual caminho seguir? Qual Moça se apaixonar? Aonde trabalhar? Qual faculdade fazer? Mas sempre era bom ter pausas para refletir sobre ela.
Faz bem o ato de misturar. Foi assim que tanto o homem em diversas civilizações começou: misturando, misturando, mexendo aqui, adicionando acolá até ter a receita ideal. A receita da própria vida. Com o avanço da economia da área alimentícia, a indústria da propaganda agigantava desejos, que podiam se realizar, paralelos a um produto. O prazer de degustar tais delícias dava um momento único. Era algo parecido como sonhar, sair do rascunho, virar algo concreto. Não era apenas publicidade, economia ou dinheiro. Era o retrato de uma sociedade, que misturando momentos da vida, atingia seus objetivos. O espelho do país passava pela própria história do produto, de norte a sul.
É doce ser ícone de alimentação. E, celebrando esta história, a nossa desbravadora GRES Balaku Blaku te convida para deliciosamente alimentar corpo, alma e Carnaval.
Atenciosamente;
Comissão de Carnaval.
Obs.: Sugestão de palavras para uso na obra musical encontram-se devidamente negritadas.
Palavras indispensáveis: BALAKU BLAKU, VERMELHO E BRANCO, BATERIA ÁGUIA DE OURO

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