segunda-feira, 22 de maio de 2017

GRES CHEGOU O QUE FALTAVA (VITÓRIA/ES)

“Pra Nivelar a Vida em Alto Astral Nobre Pérola, Jovelina”


“Não sou diamante, Safira, esmeralda
Não sou turmalina nem mesmo rubi...”.
Não! Você não é
Você é pérola Jovelina Perola Negra
Tão rara e preciosa quanto
Vem “partideira da pele mais negra”
Venha e chegue para improvisar
E me conceda a honra desta homenagem
Sob as bênçãos do seu ídolo, Bezerra Da Silva
O sambão do povo vira uma roda de samba
Venha rainha do partido alto
Que eu deixo contigo
“Segure o pagode e não deixa cair
É?!”
Domestica e mãe
Malandra e guerreira
Amarguras, dissabores e angustias da vida simples
Não te abalaram
Mas logo viria o alento
Das favelas de Belford roxo para o mundo
O sonho era seu guia
Ao ouvir o surdo você desceu
E um sorriso em seus lábios brotou
Quando a escola de samba começou
Era o Império Serrano
Gira baiana e mostre na avenida todo seu encanto
Nos pagodes da Serrinha, sempre por lá
No Caciue e Tia Doca também
Vá ao violão
Faça alguns acordes
O que seria de ti
“Se não fosse o pandeiro, o ganzá e o tamborim“
Logo você, sempre com o “sorriso aberto”
“Malandra desse tipo, que balança, mas não cai”
E nas tão queridas rodas de samba
Foi revelada, cantando a “Raça brasileira”
Dali em diante o Brasil conheceria
A Nobre perola de voz rouca e única
O estrelato era o seu lugar
Debutou nas angústias da “Maria tristeza”
Nas peripécias da menina que bebeu demais
E na confusão na “Feirinha da Pavuna”
No fim “sobrou pra mim o bagaço da laranja”
Os encontros e desencontros do amor
Paixões, romances e aventuras estavam
Presentes em sua obra
Cantou o dia a dia do subúrbio
Alegrias, tristezas e confusões
E a vontade de “tinha de ter um carango joinha, e morar na Vieira Souto ou em
Copacabana”
Ah “Garota da Zona Sul”
A simplicidade do morro combina mais com você
Que sob a “Luz do repente” e com o “Sorriso Aberto”
Chama os “Amigos chegados” e garanta o pagode na palma da mão
“Pra nivelar a vida em alto astral”
Não se esqueceu dos “Elos da raça”
E entoou a ancestralidade negra
Seja na “Água de cachoeira” ou no “Mesmo manto”
Saldou suas origens
É minha Pérola
Mas você partiu
O samba chorou
Por algum tempo o surdo soou solitário
Agora você pertence à constelação das estrelas negras
“Cá” entre nós?!
Faltava uma partideira com você na roda de samba do Cara Lá em cima
E pra esquecer esse dissabor?
Um “Banho de felicidade”!
Venha Jovelina
Suba ao palco mais uma vez
Cante mais um samba. Verse mais um pouco
A saudade já não cabe no peito
Precisei transformá-la em versos
E deles fazer um carnaval
Pra reviver sua voz, sua música, seu legado
E não se esqueçam!
“A Pérola Negra passou por aqui”.

Pesquisa: Jorge Mayko e Vanderson Cesar

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